Desde o século 19 as mulheres vêm lutando por seus direitos de voto, trabalho e melhores condições de vida. Muito já foi conquistado, mas ainda há muito a alcançar. No cenário de trilhas e escaladas, elas ainda são minoria, especialmente no Brasil. Mas, assim como no mercado de trabalho e em outras áreas da vida, elas também estão conquistando seu espaço nesse meio.
Um exemplo disso é o filme Livre, lançado em 2014 e baseado no livro que conta a história real de Cheryl Strayed, norte-americana que passou três meses atravessando parte da Pacific Crest Trail, que vai do México ao Canadá. A história, protagonizada pela atriz Reese Whiterspoon, mostra todos os desafios superados por Cheryl, tanto por ser uma andarilha de primeira viagem quanto pelo fato de ser uma mulher fazendo uma trilha sozinha.
Se você acha impensável fazer como ela e andar mais de 1.600 km sozinha, empodere-se e comece a caminhar sozinha, mesmo que distâncias mais curtas. Escolhendo parques com segurança e trilhas adequadas para o seu nível, você vai descobrir como pode ser libertador caminhar sozinha. Veja a seguir nossas dicas e Borandá!
O primeiro passo para se aventurar sozinha é escolher bem e estudar o trajeto que será percorrido. Procure trilhas em parques com o uso público estabelecido, que sejam bem organizados e tenham regras claras de segurança, para evitar imprevistos.
Outra dica é começar leve. Se essa for sua primeira vez e você não tiver o hábito de se exercitar, escolha uma trilha de nível mais fácil, preferencialmente plana, com duração entre 1,6 km e 3,2 km*. Já para aquelas que praticam atividade física regularmente, uma trilha fácil pode ter 5 km de ida e 5 km* de volta. O importante é conhecer seus limites e preparar-se previamente ao trajeto.
Em algumas trilhas, existe um livro de registro para quem for caminhar. Se você está trilhando sozinha, não deixe de assiná-lo tanto no início quanto no fim do caminho. Assim, você informa os guarda parques do seu trajeto.
Avisar amigos e familiares sobre sua previsão de volta também é uma boa, já que normalmente as trilhas não tem sinal telefônico ou de internet.
Leve consigo todo o material necessário para trilhar (água, proteção solar, lanterna, repelente, alimentos, sapatos adequados, etc.) e tenha noção de como sobreviver na natureza. Por mais improvável que seja sua caminhada dar errado, é sempre bom estar preparada para eventuais imprevistos. Que tal carregar um kit de primeiros socorros na mochila?
Um problema comum entre andarilhos de primeira viagem é a desidratação. Então não esqueça de levar pelo menos 1L de água para cada duas horas de passeio. Melhor carregar água a mais do que ficar com sede enquanto caminha.
Tanto pela sua segurança quanto pela conservação da natureza ao seu redor, evite sair da trilha demarcada. Estude a sinalização utilizada no parque escolhido e leve um mapa para se localizar. Além da chance de se perder, sair do caminho oficial pode degradar áreas sensíveis e importantes para a sobrevivência de espécies raras ou ameaçadas.
Por fim, viajando sozinha ou acompanhada, é fundamental respeitar o ambiente natural ao seu redor. Afinal, metade da graça da trilha é a natureza exuberante ao redor dela. E ela fica comprometida a cada vez que você alimenta um animal silvestre, joga lixo no chão ou tira uma flor para levar para a casa. Deixe apenas suas pegadas nas trilhas e Borandá!
“A sociedade condicionou as mulheres a pensar que elas não deveriam ser solitárias. Há esse estigma, mas é realmente gratificante caminhar sozinha. ”
Liz Thomas, recordista de velocidade na Appalachian Trail, percorreu 12 mil km sozinha
* Informação de http://pt.wikihow.com/Fazer-Trilhas